Aconteceu na última sexta-feira (22), na sede do CRESS-PI, o 1º Café Social de 2019, debatendo os “Desafios e Possibilidades da atuação da/o Assistente Social no Campo Sociojurídico”, a mesma temática que também será abordada no 3º Seminário Nacional ‘O trabalho do assistente social no sociojurídico’, que acontece nos dias 4 e 5 de abril, no Rio de Janeiro.
O evento reuniu mais de 70 pessoas, entre profissionais e estudantes do serviço social, com a participação de profissionais de vários municípios do estado. Para conduzir a discussão, o CRESS-PI convidou as/os Assistentes Sociais: Sâmia Silva (Tribunal de Justiça), Amanda Andrade (Núcleo de Saúde da Defensoria Pública do Estado/PI), Erivan de Oliveira (Centro Educacional Masculino do Estado do Piauí – CEM) e Adriana Lira (UAP Unidade de Apoio Prisional, SEJUS), que partilharam suas experiências sobre a atuação nesses espaços.
O debate trouxe à toma as principais dificuldades enfrentadas pelas/os Assistentes Sociais, como a escassez de recursos, vínculos precários de trabalho, sobrecarga e escassez de profissionais, entre outros. Nesse sentido, cabe ressaltar que o CRESS-PI, no cumprimento de seu papel constitucional, vem cobrando desses órgãos e campos de atuação das/os Assistentes Sociais a realização de concurso público, afim de barrar a sobrecarga e as requisições indevidas do Sistema de Justiça.
Para Amanda Andrade, o debate trouxe uma troca de experiência positiva. “Trata-se de um campo socio-ocupacional, no qual temos desafios a superar, por isso a necessidade de aprofundar a discussão relacionada a investigação e sistematização da prática profissional”, afirma.
Quem também avaliou de forma positiva o evento foi Adriana Lira. Para ela, esse foi um evento de muita relevância para a categoria. “Porque nos aproxima das dificuldades vividas por nossas colegas de profissão em outras instituições. A importância do tema abordado, se deve pelo fato de ser um segmento social bastante estigmatizado e tentamos mostrar as dificuldades encontradas para a garantia dos direitos sociais da população carcerária”, afirma.
Erivan de Oliveira, ressalta que essa é uma discussão bastante necessária, tanto a nível profissional quanto acadêmico, como forma de esclarecer estudantes e profissionais sobre esse campo de atuação, com abordagens contemporâneas sobre as possibilidades e desafios. Segundo ele, são muitas as questões discutidas e que possibilitam a reflexão dos profissionais que lidam diariamente com a questão social.
“Sendo nossa missão não apenas compreender, mas transformar e fazer com que os usuários se reconheçam como pessoas de direitos. Espero que possamos abrir novamente essas discussões e contemplar um público maior, para que entendam de fato o que é ser Assistente Social e sua relevância na interpretação e enfrentamento da questão social”, afirma.
O campo sóciojurídico é um dos campos para materializar a atuação profissional da/o Assistente Social. O trabalho se caracteriza por uma prática de operacionalização de direitos, de compreensão dos problemas sociais e suas inter-relações com o sistema de justiça. Pautado em seu Projeto-Ético-Político Profissional que direciona sua atuação profissional e utilizando instrumentais e técnicas que proporcionam uma intervenção para além da necessidade imediata apresentada pela população.