Hoje, 29 de Janeiro, é o dia da Visibilidade Trans e para celebrar a data o CRESS-PI conversou com a Assistente Social Jessyka Rodrigues. Mulher travesti, transfeminista, periférica e pesquisadora na área de gênero e sexualidade na cidade de Parnaíba, litoral do estado. O relato de Jessyka é fortaleza diante de tantas violações aos direitos humanos e da escalada do preconceito e desrespeito às identidades. Ela conta um pouco da sua trajetória, passando pela família, escola até o ambiente profissional.
Abaixo, segue o relato, na íntegra, escrito pela Assistente Social:
Uma borboleta; foi assim que me senti ao caminho do CRESS para chancelar meu devir profissional. Conheci o Serviço Social na Arena Belicosa, sua trajetória histórica na luta por direitos e compromisso com uma nova ordem societária cuja, objetificação vislumbra o combate à o preconceito e discriminação por orientação sexual, identidade de gênero, etnia e geracional.
Sou forjada na luta assim como Serviço Social e foi baseado nisso que sobrevivi e conseguir torna – me Assistente Social. Contudo, os seus desafios continuam, pois sabemos que o trabalho formal ainda é um realidade distante para travestis e transexuais.
Somos expulsas da família, da escola e da religião, nos restando somente a beira da sociedade (marginalidade). Minha passagem em uma instituição que oferta o curso de Serviço Social me proporcionou a seguinte leitura: a discussão sobre gênero e sexualidade é incipiente no curso de Serviço Social, essa lacuna provoca deficiência na identidade profissional por conseguinte uma leitura superficial das demandas advindas do Sistema Patriarcal, machista, misógino e sexista.
O CFESS lançou brochuras para discussão de preconceito e discriminação, dentre as brochuras uma que fala da Transfobia. Minha passagem no ensino superior privado foi marcado por múltiplas violências, um dos pontos que atribuo é o desconhecimento da identidade de gênero corroborando com um espaço interdito para população trans.